A história de Ronaldo Braga, 29 anos, é a prova viva de que a educação pode romper barreiras geográficas e sociais. Nascido e criado em Francisco Morato, cidade da região metropolitana de São Paulo, ele trilhou um caminho que muitos considerariam impossível: saiu das salas de aula da rede pública para brilhar em algumas das instituições de ensino mais prestigiadas do mundo, como Sciences Po Paris e, agora, a Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
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Filho de uma professora de natação, Ronaldo sempre teve a educação como pilar central em sua vida. Estudou na Escola Estadual Rogério Levorin e depois na ETEC de Franco da Rocha, onde concluiu o ensino médio. Em 2014, surpreendeu ao ser aprovado em 3º lugar no curso de Ciências Sociais da USP, uma das universidades mais concorridas do país. Mas seu destino estava longe de se limitar às fronteiras brasileiras.

Da Vaquinha Online à França
Em 2017, com o sonho de estudar na Sciences Po Paris – referência global em Ciências Políticas –, Ronaldo mobilizou uma rede de apoiadores através de uma vaquinha online para custear seus estudos. A campanha foi um sucesso, e a experiência no exterior ampliou seus horizontes. "Foi quando percebi que poderia ocupar espaços que, muitas vezes, parecem distantes para jovens de periferia", relembra.

De volta ao Brasil, mergulhou no universo das políticas públicas, atuando em organizações como a Fundação Lemann, o Instituto Gesto e a Motriz, sempre com foco em equidade racial, gestão educacional e inovação social. Seu trabalho chamou a atenção de instituições internacionais, e em 2023 ele deu mais um passo ousado: foi aprovado no competitivo mestrado em Administração Pública e Práticas de Desenvolvimento (MPA-DP) da Universidade de Columbia, onde estudaram personalidades como Barack Obama e Warren Buffett.

Liderança e Reconhecimento em Solo Internacional
Em Columbia, Ronaldo não apenas se destacou academicamente, mas também fez história ao se tornar o primeiro brasileiro a presidir a Latin American and Caribbean Students Association (LASA), uma das entidades estudantis mais influentes da universidade. Seu projeto de conclusão de curso, um documentário sobre a expansão de uma empresa de café em Ruanda, rendeu-lhe o prêmio SIPA Oscars de melhor produção audiovisual em 2025.
Agora, com o status de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) em seu visto de estudos, ele planeja ficar nos EUA por mais alguns anos para ganhar experiência internacional antes de retornar ao Brasil. "Quero trazer de volta conhecimentos que ajudem a construir políticas públicas mais justas e eficientes", afirma.
Inspiração para as Novas Gerações
Ronaldo carrega consigo a missão de inspirar outros jovens de origem humilde a acreditarem no poder transformador da educação. "Se eu consegui, eles também podem. A educação não muda só indivíduos, mas comunidades inteiras", diz. Sua trajetória, marcada por resiliência e excelência, é um farol para quem ousa sonhar grande – mesmo quando o caminho parece impossível.
Enquanto prepara seu retorno ao Brasil no futuro, Ronaldo Braga já deixou sua marca: um legado que prova que, com determinação e acesso à educação, não há limites para onde se pode chegar.
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