O medo da sexta-feira 13 é uma das superstições mais difundidas no mundo ocidental. Mas, curiosamente, sua consolidação como símbolo de má sorte pode ter sido impulsionada por um grupo que justamente queria acabar com essas crendices.
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A associação entre sexta-feira e número 13 como presságios de azar tem origens antigas. A sexta-feira era vista como um dia de mau agouro por ser a data da crucificação de Jesus Cristo, enquanto o número 13 já era temido desde pelo menos o século 17, ligado a lendas como a da Última Ceia e grupos de bruxas.
Mas foi no final do século 19 que essas duas superstições se fundiram de vez – e um grupo chamado "O Clube dos Treze" teve um papel inesperado nisso.
O Clube dos Treze: Desafiando o azar (e criando um mito)
Fundado em 1881 pelo capitão William Fowler, o clube reunia céticos que desafiavam superstições de forma teatral. Eles faziam jantares no dia 13, sentavam 13 pessoas à mesa, quebravam espelhos e passavam debaixo de escadas – tudo para provar que nada disso trazia infortúnio.
O grupo até pressionou autoridades para não marcar execuções em sextas-feiras, argumentando que o dia não era mais azarado que qualquer outro. Mas, ao chamar tanta atenção para essas crenças, o clube pode ter involuntariamente fortalecido a ideia de que sexta-feira 13 era uma data perigosa.
Do livro aos filmes: A consagração do mito
Em 1907, o livro *"Sexta-feira 13"*, de Thomas Lawson, usou a data como pano de fundo para uma trama de manipulação financeira em Wall Street. A obra reforçou a associação entre o dia e o azar – e décadas depois, a franquia de filmes de terror "Sexta-feira 13" (1980) selou de vez o imaginário popular.
Ironia do destino
O que começou como uma tentativa de acabar com superstições acabou, sem querer, tornando a sexta-feira 13 ainda mais famosa. Se os membros do Clube dos Treze estivessem vivos hoje, talvez rissem (ou se revirassem no túmulo) ao ver que sua brincadeira ajudou a criar um dos mitos mais duradouros da cultura ocidental.
E você? Tem medo da sexta-feira 13 ou acha tudo bobagem? A data, pelo menos, já provou que é capaz de pregar peças – até mesmo nos que não acreditam nela.
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