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Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2025
Falta de enfermeiros na UPA de Franco da Rocha leva auxiliares a fazer triagem, prática considerada ilegal

Franco da Rocha

Falta de enfermeiros na UPA de Franco da Rocha leva auxiliares a fazer triagem, prática considerada ilegal

Funcionários denunciam risco aos pacientes e afirmam que a unidade opera com equipe reduzida e sobrecarregada

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A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Franco da Rocha tem enfrentado uma situação grave: a falta de enfermeiros tem levado auxiliares e técnicos de enfermagem a assumirem a triagem dos pacientes, uma função que pela legislação brasileira deve ser exercida exclusivamente por enfermeiros habilitados. A denúncia foi confirmada por diversos funcionários da própria unidade, que relatam risco direto à segurança da população. Segundo profissionais que trabalham no local, a escala de enfermeiros estaria operando com número insuficiente, o que faz com que o acolhimento e a classificação de risco, parte essencial do Protocolo de Manchester e de outros sistemas de urgência, sejam realizados por trabalhadores que não possuem formação para avaliar a gravidade clínica de cada caso.

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A triagem envolve identificar sintomas, interpretar sinais vitais, reconhecer situações de emergência e determinar o tempo seguro de espera para atendimento — algo que, por lei, não pode ser delegado a auxiliares ou técnicos, justamente pela complexidade e responsabilidade envolvidas.

Risco direto ao paciente

Funcionários afirmam que a prática tem trazido insegurança interna e potencial risco ao público. "Quem não é enfermeiro não tem autonomia técnica nem formação suficiente para classificar risco. Isso coloca tanto o paciente quanto o profissional em situação vulnerável", relata um servidor que pediu anonimato por medo de retaliações.

Outros trabalhadores confirmam o problema, descrevendo plantões em que apenas um enfermeiro está disponível para toda a unidade — e, em alguns casos, nenhum. “Tem dia que o auxiliar fica sozinho na triagem porque não tem enfermeiro na escala. Todo mundo sabe que isso é errado, mas está acontecendo”, disse outro profissional da UPA.

Prática viola regulamentação profissional

A legislação brasileira é clara: o acolhimento com classificação de risco é uma atribuição privativa do enfermeiro, conforme determina a Lei 7.498/86 e as resoluções do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Delegar essa atividade a profissionais não habilitados configura infração ética, administrativa e de segurança sanitária.

Segundo especialistas em gestão hospitalar, permitir que trabalhadores sem a formação adequada realizem triagem pode resultar em:

  • atraso no atendimento de casos graves;

  • liberação equivocada de pacientes que deveriam seguir em observação;

  • aumento de risco de óbito evitável;

  • sobrecarga emocional e técnica dos auxiliares.

Até o momento, a Prefeitura de Franco da Rocha não respondeu aos questionamentos levantados pelos profissionais.

FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Internet
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