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Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025
Empreendedorismo Feminino no Direito: Barreiras, Conquistas e Perspectivas

Claudia Cavalcante

Empreendedorismo Feminino no Direito: Barreiras, Conquistas e Perspectivas

Desafios e avanços das mulheres que transformam negócios e o Direito.

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Nos últimos anos, o protagonismo feminino no cenário jurídico e empresarial tem crescido de forma significativa. Cada vez mais, vemos mulheres à frente de escritórios de advocacia, startups, empresas de tecnologia, comércio e serviços, desafiando um histórico de desigualdade e reafirmando sua capacidade de liderança. No Direito, assim como em outros ramos do empreendedorismo, a presença feminina representa não apenas uma questão de representatividade, mas também uma transformação cultural e estrutural.

Embora tenhamos avançado muito, as barreiras ainda são reais. No universo jurídico, a discriminação velada, a dificuldade de conciliar maternidade com carreira e a falta de reconhecimento em cargos de liderança são desafios frequentes. Em outros setores, as empreendedoras enfrentam dificuldades semelhantes, como acesso limitado a crédito, redes de networking predominantemente masculinas e preconceitos relacionados à sua capacidade de gestão.

Segundo dados recentes do Sebrae, as mulheres representam cerca de 34% dos empreendedores no Brasil, mas, em média, enfrentam mais obstáculos para crescer e formalizar seus negócios. No Direito, isso se reflete no fato de que, embora mais da metade dos advogados inscritos na OAB sejam mulheres, elas ainda são minoria nas grandes sociedades e nas posições estratégicas de decisão.

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Na advocacia local, esse protagonismo tem se mostrado cada vez mais presente. Em Franco da Rocha, a OAB conta atualmente com uma presidente mulher, Dra. Kelya, e uma diretoria majoritariamente feminina, o que reflete uma mudança histórica no perfil da gestão da entidade. Essa representatividade não apenas inspira novas advogadas a ocuparem espaços de liderança, como também fortalece a pauta da igualdade de gênero e da valorização do trabalho da mulher advogada no município.

Mesmo com a maioria dos inscritos na OAB sendo mulheres, a realidade ainda revela um abismo estrutural: nenhum dos três maiores e mais ricos escritórios de advocacia do país pertence a mulheres. Essa disparidade escancara que a presença feminina, embora significativa em número, ainda não se traduz proporcionalmente em poder econômico e liderança nos espaços mais lucrativos da profissão. Trata-se de um reflexo das barreiras históricas e culturais que precisam ser rompidas para que a igualdade de gênero se torne efetiva também nos altos escalões do mercado jurídico.

Apesar das dificuldades, as conquistas são inegáveis. Hoje, temos mulheres advogadas à frente de bancas renomadas, juízas e ministras ocupando cargos de destaque no Judiciário, e empresárias liderando negócios inovadores em diversos setores. O empreendedorismo feminino tem mostrado um diferencial competitivo: gestão humanizada, visão estratégica e resiliência.

No Direito, cada vez mais advogadas apostam em nichos especializados, inovação tecnológica e marketing jurídico ético para se destacar. Em outros ramos, vemos mulheres criando redes de apoio, coletivos e mentorias que fortalecem a presença feminina no mercado.

O futuro do empreendedorismo feminino, no Direito e em outros setores, está diretamente ligado à quebra de paradigmas. A ampliação de políticas públicas que incentivem a igualdade de gênero, programas de capacitação e crédito direcionado para mulheres empreendedoras são passos essenciais.

Além disso, a mudança cultural é imprescindível: é preciso normalizar a presença feminina em cargos de liderança, seja no tribunal, na advocacia empresarial, em uma empresa de tecnologia ou em um pequeno negócio local. Empoderar mulheres é fortalecer a economia, a justiça e a sociedade como um todo.

O empreendedorismo feminino não é apenas uma tendência, mas um movimento que veio para ficar. Seja no Direito, na indústria, no comércio ou no setor de serviços, as mulheres têm mostrado que competência, inovação e coragem não têm gênero. O desafio agora é garantir igualdade de oportunidades para que esse protagonismo se expanda e gere impacto positivo para todos.

 

Dra. Claudia Cavalcante

Advogada OAB/SP 468.550

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Claudia Cavalcante

advogada, empresária, perita grafotécnica, presidente da Comissão das Mulheres Advogadas (CMA) Subseção da Ordem dos Advogados de Franco da Rocha. Atuante na defesa dos direitos das mulheres. Especialista na assessoria jurídica empresarial...

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