Hoje meu “Como vai?” não é somente para as mães-amigas é também para os pais e para aqueles que lidam com adolescentes.
No texto da semana passada, falei um pouco sobre a chegada da adolescência aqui em casa. Por coincidência na mesma semana a minissérie “Adolescência” foi lançada na Netflix.
Que obra!
Impactante, indigesta e atual.
Indico.
Mas não é aquele roteiro que assistimos com um balde de pipoca e nos faz relaxar. A série nos incomoda e nos faz refletir (muito).
A toxidade masculina que atravessa gerações, misoginia, relação entre pais e filhos, bullying, uso individuo dos meios digitais, culpa materna/paterna. São tantas camadas. Tantos temas presentes em nossa sociedade e que, infelizmente, nossos filhos não estão blindados a eles.
A indicação são 12 anos. Isso não significa que seu adolescente deva assistir, isso depende muito da maturidade dele e da relação entre vocês. Não seria ideal assistirem juntos e tornar-se um momento de “lição de moral” e “palestrinha”, mas um ambiente seguro para que haja diálogo. Por aqui Pedro não assistiu, mas conversamos sobre, pois ele me viu assistir e aproveitei para conversarmos um pouquinho sobre a temática principal.
Passei dois dias digerindo cenas e falas. Impossível não ser tocada quando se tem filhos.
A adolescência é mais uma janela de oportunidade, ainda temos um cérebro em desenvolvimento.
Não olhe para o seu adolescente com o saudosismo, querendo encontrar o sorriso de dentinhos pequenos. Olhe com o olhar de hoje, mesmo que ele pareça muito diferente em fisionomia e comportamento, ele continua sendo sua criança. Você só precisa reaprender como se conectar a ele.
E lembre-se sempre que você é o adulto da relação. Não espere isso deles. Não espere eles mudarem, não esperem eles saírem do quarto, não esperem eles darem o 1º beijo. Seja você a ditar os passos deste relacionamento.
Não deixe seu adolescente a própria sorte. Pode ser tarde demais.
Depois de assistirem, me contem o que acharam. Nessa jornada de educarmos filhos saudáveis, precisamos de todo apoio possível e trata-se de uma construção coletiva: estamos juntos nessa!
Forte abraço e até semana que vem!
Débora Preto
Mãe, educadora e umas coisinhas a mais
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