Fabiana Ramos, modelo franco-rochense, conquistou a tão sonhada vaga entre as 30 finalistas do Miss Universe São Paulo. Ela havia disputado a seletiva no último sábado, 22, com mais de 50 outras candidatas, visando a coroa que será entregue no dia 10 de abril, na grande finalíssima que escolherá a mais bela de São Paulo.
Para Fabiana, o concurso vai além da busca por um título. "Sei que enfrentarei preconceito, mas faço isso não apenas por mim, mas por toda a comunidade intersexo", afirma a modelo em entrevista. "Quero normalizar nossa presença nos concursos de beleza para que isso passe a ser visto como algo natural. Se eu não abrir esse caminho, quem abrirá?"
Intersexualidade: uma luta contra a desinformação
A intersexualidade, antes conhecida como "hermafroditismo", é uma condição na qual as pessoas nascem com características genéticas ou anatômicas que não se encaixam nas definições tradicionais de masculino ou feminino. Fabiana, que hoje trabalha no Mercado Livre, em São Paulo, usa sua trajetória para combater a desinformação e os estigmas que cercam a condição.
"É importante que essas dúvidas sejam esclarecidas. Ser intersexo não é uma anomalia, mas uma variação natural da biologia humana. Meu objetivo como miss é levar essa informação de forma clara e natural para que mais pessoas compreendam e aceitem essa realidade", explica.
A própria Fabiana é um exemplo dos desafios enfrentados por pessoas intersexo. Registrada como menino ao nascer, ela sempre se identificou como menina. Aos 12 anos, iniciou sua transição para o sexo feminino, mas, como muitas pessoas intersexo, foi frequentemente confundida com uma mulher transgênero. "A desinformação é parte da minha luta. Precisamos entender que essas identidades existem e merecem respeito", reforça.
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