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Quarta-feira, 09 de Julho de 2025
Fé à Venda

Alexandre Garra

Fé à Venda

O Caso do Pastor Miguel Oliveira e a Exploração dos Vulneráveis

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Você já ouviu falar desse pastor de 15 anos, Miguel Oliveira, lá de Carapicuíba, em São Paulo? O garoto tá bombando nas manchetes por dizer que cura doenças graves como leucemia. Com mais de um milhão de seguidores no Instagram, ele virou quase uma celebridade, um símbolo dessa onda de jovens líderes religiosos que tá crescendo no Brasil.

Mas, olha, vamos falar a real: por trás dessas notícias chamativas, tem uma verdade que incomoda pra caramba — a exploração de gente vulnerável em nome da fé. Eu quero botar pra fora o que penso sobre as coisas que o Miguel anda fazendo e esse problema gigante de igrejas que parecem mais empresas do que qualquer outra coisa, se aproveitando de quem tá no fundo do poço.

As histórias que ele conta, tipo curar leucemia rasgando laudos médicos, não têm pé nem cabeça e, pior, são perigosas demais. Sério, quem em sã consciência faz isso? Ele tá incentivando pessoas a largarem tratamentos sérios pra apostar tudo em “curas” baseadas só na fé. Isso é brincar com a vida dos outros!

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Tem aquele vídeo dele rasgando os papéis, com uma mulher chorando do lado, que já passou de um milhão de views e deixou um monte de gente revoltada na internet. E com razão, né? Tem quem diga que ele tá mentindo descaradamente, que tá explorando a fé alheia, e já vi até chamarem o menino de “anticristo”. Fora que ninguém viu prova nenhuma daquela suposta cura milagrosa dele próprio, de surdez e mudez.

E ainda tem coragem de cobrar até R$10.000 pelos “serviços” e pedir mais dinheiro por Pix? Isso pra mim é extorsão na cara dura. Dá uma raiva danada ver um moleque tão novo sendo usado pra espalhar algo tão podre. Como a gente deixa isso rolar?

E não é só ele, não. Esse negócio de transformar fé em comércio tá ficando cada vez pior no Brasil. Tem igreja por aí funcionando como se fosse uma empresa, com pastor no papel de CEO e os fiéis tratados como clientes. O foco é grana, não tem nada a ver com crescer espiritualmente.

Desde quando acreditar virou sinônimo de pagar conta? Eles pedem doação de um jeito que parece chantagem emocional, apertando os seguidores pra tirar dinheiro deles. É tipo vender um produto fajuto, não guiar alguém pra algo maior. Essa tal teologia da prosperidade, que jura que você vai ficar rico se tiver fé e abrir a carteira, é o que tá empurrando essa onda toda.

Igrejas como a Universal do Reino de Deus, do Edir Macedo, já foram acusadas de meter a mão no bolso dos fiéis e fazer coisas bem esquisitas com o dinheiro. E olha os números: quase 110 mil templos evangélicos até 2019! Isso mostra o tamanho do rolo. É de assustar, pra dizer o mínimo.

Agora, quem paga o preço mais alto nisso tudo? Os pobres e os desesperados. Imagina só: você mal tem comida na mesa, tá lutando contra uma doença, e aí vem alguém dizendo que, se você doar o pouco que tem, Deus vai te dar saúde e dinheiro. Que crueldade é essa de brincar com a esperança assim?

Essas pessoas são as que mais caem nessas promessas de milagre e prosperidade, justamente porque não têm como se defender disso — e são as que menos podem gastar. Li por aí que o mercado cristão no Brasil movimenta uns R$21,5 bilhões por ano, e boa parte vem de doações de gente humilde.

A mulher que achou que o Miguel ia curar a leucemia dela é um caso que dói na alma. Ela tava tão desesperada que confiou nele, mesmo que isso pudesse custar a vida dela. E não é só ela, tem um monte de gente sendo enganada do mesmo jeito.

Essa teologia da prosperidade, pra mim, é uma vergonha pros ensinamentos cristãos. Reduzir Deus a um caixa eletrônico que você paga pra liberar bênçãos? Isso me deixa revoltado! Não tem nada de certo nisso, nem na teoria, nem na moral.

É tirar vantagem do desespero dos outros, empurrando eles pra dar o que não têm na ilusão de que vão receber algo em troca. Isso não é fé, é manipulação pura. Essa ideia veio lá dos Estados Unidos, mas aqui no Brasil ela pegou fogo, porque a pobreza e a desigualdade deixam o pessoal mais aberto pra cair nessas promessas.

Quem entende de teologia de verdade critica isso, dizendo que é uma versão rasinha do Evangelho, que joga fora o que Jesus realmente ensinou. E eu concordo — isso é deturpar o que a fé deveria significar.

Chega uma hora que a gente precisa dar um basta nisso tudo na igreja brasileira, e eu não aguento mais ficar só olhando. Temos que botar pastores como o Miguel Oliveira pra responder pelo que fazem e cobrar que as igrejas sejam mais transparentes, mostrem pra onde vai cada centavo.

Apoiar grupos que lutam por essa transparência e brigar por leis mais duras pra acabar com essa exploração é o mínimo. E tem mais: precisamos abrir os olhos do povo pros riscos dessa teologia da prosperidade, mostrar onde eles podem encontrar uma fé de verdade, que não cobra entrada.

Fé tem que ser algo que consola, que levanta a gente, não uma armadilha pra tirar dinheiro. Vamos nos juntar pra fazer a religião ser o que ela deveria: uma força do bem. A gente deve isso a quem tá sofrendo — é hora de gritar “chega” bem alto!

Alexandre GARRA

FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Internet
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Alexandre Garra

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Alexandre Garra

Desenvolvedor de Sistemas apaixonado por tecnologia e inovação. Crio soluções com IA e automações para otimizar processos e transformar ideias em realidade. Falo sobre política e tecnologia, explorando como elas moldam o futuro.

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