Quem são os Kevins? Onde vivem? O que comem?
Lembrou do Globo Repórter, né?
No filme “Precisamos falar sobre Kevin, acompanhamos a história de sofrimento de uma mãe que sofre com dilemas morais e éticos- o famoso pão que o diabo amassou- por ter um filho que desde pequeno apresentava traços de sociopatia- A premissa é envolvente porque não romantiza a maternidade, como vemos acontecer nos dias de hoje,principalmente, nas redes sociais.
Eu trabalho com crianças e adolescentes e vou te falar que muitas vezes mais difícil que lidar com eles é lidar com seus responsáveis. Acredite na minha angústia ao cogitar a possibilidade dos Kevins dominarem o mundo. E quando eu digo que os intocáveis simplesmente não podem ouvir um não que já vira o fim do mundo é com a ressalva aos neurodivergentes como as crianças com Tod (transtorno desafiador de oposição), mas a impressão que tenho enquanto profissional da educação é que os pais, cada vez mais novos, estão se perdendo nessa onda da educação positiva. O perigo não é aplicá-la, mas a dificuldade que os pais encontram em estabelecer limites.
Umas semanas atrás, ao convocar um pai para ir à escola- que por sinal já me deixou em alerta porque se chamava Gustavo, que pai tem esse nome? Me levou a conclusão que nada mais me surpreende. Pensei: esse não é um nome da nova geração? Esse pai deve ser mais novo que eu. E sim, a maioria são. Seus filhos têm 12, 13 anos e eles, que são mais novos que eu, já são pais, o que significa que eles são a famosa geração Z.
O que esperar?
Eu entendo que nós, os Millennials, crescemos traumatizados-a base das Havaianas de pau- e que não queremos replicar uma violência desnecessária com nossos filhos, mas daí a ter medo de falar com o mini terrorista de nome Enzo e pior ser repreendido por ele na frente da gestão da escola e de sua professora, quem me conhece sabe, eu já estava passando mal e por dentro estava sacudindo o senhor Gustavo dando três tapas em sua cara para tentar acordá-lo. Meu senhor, cadê sua autoridade com esse menino que te faz de gato e sapato. Sabe a Sakura pistola no anime do Naruto? Essa era eu.
Os pais acham que o mais importante para o futuro de seu filho é a escola, que escolher uma boa escola vai salvá-lo e resolver tudo, mas não vai. Meu filho nasceu em 2011, faz parte da nova geração chamada Alpha e novamente eu friso que cabe a nós, millennials, os últimos a nascermos nessa transição da era digital, resgatar o pouco de memória e cultura que ainda ainda nos resta.
Porque daqui pra frente, na melhor das hipóteses, é só para trás!
Lua Souza
FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Internet
O texto acima expressa a visão de quem o escreveu, não necessariamente a de nosso portal.
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