Na antiga quinta série, do início dos anos dois mil, que hoje é sexto ano, tive uma professora de história chamada Adriana, que era incrivelmente linda e foi um dos meus primeiros amores platônicos. Ela costumava levar seu álbum de fotografia para mostrar suas viagens pela América Latina, Peru e sua Machu Picchu eram as paisagens que mais me impressionavam. Um pouco mais pra frente na sétima série- quando eu ainda não tinha a disciplina de filosofia- mas já conhecia o mito da caverna, uma professora de Português, que poderia ser de história, chamada Tânia, levou a minha turma ao cinema para assistir "Diário de motocicleta", que conta a história de Che Guevara. Não me lembro, mas acho que foi ali que começou a minha história com a América Latina. Digo minha história porque para mim a América Latina é um sentimento. Talvez por isso, viesse a me apaixonar pelas letras de Belchior e do Ney- o homem com H.
Um parêntese rápido para exaltar a bela atuação do Jesuíta Barbosa.
Sim, os meus planos de adolescente eram ficar adulta e fazer um mochilão por toda américa do sul. Me encantava a cultura, as pessoas, a literatura rica com seus heróis e poetas. Mesmo a escola falando tão pouco. Lembro que amava estudar sobre as grandes construções dos Maias, Incas e Astecas, que até hoje servem para conhecermos um pouco mais do nosso passado.
É triste constatar que metade dos brasileiros não se sentem latinos ignorando o fato que o português é uma das línguas românicas, que derivam do latim e que o Brasil é um dos 20 países considerados latino americanos.
Há um universo entre os contrastes existentes nessa terra- desacreditada -que permeia, para além da língua, esteriótipos, desdém, e nos caracteriza entre histórias e culturas.
"Minha vida, meus mortos
Meus caminhos tortos
Meu sangue latino
Minh'alma cativa".
Lua Souza
O texto acima expressa a visão de quem o escreveu, não necessariamente a de nosso portal.
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