Você piscou e já é junho, já é meio do ano, já é quase inverno, o que significa que é quase natal. A gente pisca, e a manhã virou noite. Pisca de novo, e o mês já foi embora- se bem que maio demorou.
Você ri com os memes que te lembram que está atrasada para a matrícula da academia há 6 meses; que não cumpriu metade daquela lista de planos para 2025. É, os dias estão curtos até para o outono e suas tardes mais longas. Eu gosto desse clima outonal, apesar da minha rinite/sinusite mostrarem o contrário. Gosto das tardes ensolaradas de frio; do quintal e suas folhas esparramadas. São bilhetes do tempo, são tardes de silêncios dourados em meio aos dias cada vez mais cheios.
Às vezes eu só queria desacelerar e não ter que cumprir 40h semanais- o que me impede de ver o dia passar. Não ter essa sensação esmagadora de que a vida sempre superexigiu de mim -sei que não é exclusividade minha.
Ah, também tenho medo de ter insônia crônica como a minha mãe- vez ou outra tenho alguns episódios.
A gente vai seguindo no compasso da correria, eu não tenho mais paciência nem para responder meu WhatsApp. Falar tem me esgotado.
“Veja bem, é que, agora
Agora é um momento meio
Quando eu nasci eu sempre fui tão, resumindo...
A política não tá favorecendo o movimento...”
A maioria dos dias eu me sinto como Leminski “haja hoje para tanto ontem”.
O que isso significa? Deixo a cargo da sua interpretação. Ou não.
Lua Souza.
Comentários: